terça-feira, 28 de junho de 2016

Por que tanto prego agora?

Por que tanto prego agora? 
(adaptação da música "Juazeiro", de Luiz Gonzaga)

I

Seu Demar, Seu Demar
Nos responda, por favor,
Por que tanto prego agora,
Na volta de Salvador?

Ai Seu Demar, 
Por que não houve no dia,
Ai Seu Demar,
Da saída da Bahia!...

II

Diga-nos qual o motivo
De uma baiana feiticeira
Desejar que o professor
Perdesse também a feira

III
 
Pode ter sido também 
Um feiticeiro novato
Que perdeu o prego
Na saída para o Crato.

Bahia 11/9/1950
José Siebra
 


 

quarta-feira, 22 de junho de 2016

Soneto: O Cruzeiro

O Cruzeiro

Dedicado ao Pe. Juvenal

Filhos meus que, de braços levantados
Com vossos instrumentos de pedreiro,
Fizestes em pedaços meu cruzeiro
Feristes-me também ó desalmados.

Da rocha esculturada mensageiro
Aos pósteros dos seus antepassados,
Vasta herança de tempos tão honrados
Viu chegar o seu dia derradeiro.

A vós que cancelastes tão sagrados
Esforços dos meus filhos já passados,
Em no solo tombando o meu cruzeiro.

Eu desafio, ó braços afamados,
Tirai do céu também este luzeiro
Que brilha sobre o povo brasileiro.

José Siebra, data desconhecida  

segunda-feira, 20 de junho de 2016

Soneto: Minha estrela!



Minha Estrela


És a Vênus da minha mocidade,
A minha estrela d'alva, em céus risonhos,
A deusa do Olimpo de meus sonhos,
De todas, a mais bela divindade.

E quando se avançar a nossa idade,
De alegres tempos, tempos bem tristonhos,
Dos tempos da velhice, então, medonhos,
Serás a minha Vésper da Saudade.

P'ra mim, quando chegar a noite escura
E o meu corpo dormir na sepultura,
Ali tu regarás uma oração.

Rosa branca verás desabrochada,
Será a minha alma, Aliete, ó esposa amada,
Ao luar do teu amável coração.


Crato, 08/12/1950

José Siebra