terça-feira, 30 de junho de 2020

Recortes de Jornais 1





A HOMENAGEM (Biografia de José Siebra de Oliveira)


A HOMENAGEM


(Biografia de José Siebra de Oliveira, publicada em jornal local por ocasião de sua aposentadoria do Banco do Brasil, em novembro de 1977)

            Nasceu no dia 09 de maio de 1916, em Crato, filho de Celso Pedroso de Oliveira e Maria Siebra de Oliveira, recebendo seus primeiros ensinamentos da professora, conhecida dos antigos, d. Vicência Garrido, no tempo do BÊ A BÁ, cantando. Era o tempo, também, da palmatória.
            Posteriormente, passou a estudar no “Colégio Santa Inez”, da família Esmeraldo Cabral, no qual obteve o melhor resultado. Ingressou, em 1930, no Seminário São José, de Crato, seguindo para Fortaleza em 1934, onde fez todo o curso de filosofia e mais seis meses de teologia, tendo estudado, também, “grego e hebraico”, se bem que não com muita profundidade. Chegou a fazer provas em latim, resolvendo, depois, deixar o Seminário, em 1936. Fundou em Milagres – Ceará um colégio do qual era diretor e professor, onde passou três anos. Por exigência das circunstâncias, transferiu-se para Crato, passando a ser professor de todo o curso de matemática do Seminário São José e dos dois primeiros anos do Colégio Diocesano. Fez o curso técnico na Escola Técnica de Comércio e o curso científico no Colégio Diocesano. Foi professor também na Escola Técnica. Escolhido como um dos melhores oradores do Crato, fato que consta de um número da revista YTAITERA, chegou, também, a escrever muitos contos e outros assuntos nos jornais da terra, “A Ação”, “Jornal da AABB”, O Taguareça” etc.,  nos quais foram publicadas várias poesias. Seus trabalhos dariam para um bom livro. Chegou a apresentar, em palco de Crato, peças dramáticas de sua autoria. Foi escolhido para o orador.
            Ao terminar o Tiro de Guerra, em 1940, é escolhido orador oficial da turma, deixando impressionado com o seu discurso o então Prefeito Alexandre Arrais, que o convida para Secretário da Prefeitura.
            O seu trabalho nessa época é bem intenso: antes do expediente da Prefeitura tem que subir a íngreme ladeira do Seminário para dar a primeira aula, a seguir vai para a Prefeitura, cuja secretaria lhe é confiada, volta às onze horas ao Seminário, onde leciona de onze às doze, e onde, também, almoça. Às treze horas assina novamente o ponto na Prefeitura e às dezesseis está de volta ao Seminário para a última aula do dia.
            Em 1942, três nesse labor intenso, é convidado pelo então gerente do Banco do Brasil do Crato para assinar contrato de trabalho de um ano, de vez que a agência estava muito desfalcada de pessoal.
            Pouco depois, há concurso interno e é efetivado como escriturário. Nessa época, aproveita as noites para fazer o curso técnico de contabilidade, após o qual passou a ser professor da Escola Técnica de Comércio do Crato.
            Em 1946, o seu casamento com D. Aliete Feitosa, de tradicional família, com quem formou este milionário de filhos: Aderson Siebra, cursando sociologia (Faculdade e funcionário da Ford); Eduardo Siebra, médico em Recife; Francisco José Siebra, cursa Engenharia em Recife; Flávio Siebra, científico em Fortaleza; Roberto Siebra, científico em Recife; Marcos Siebra, ginasial em Crato. As mulheres, Silete Feitosa Siebra, funcionária do BEC em Missão Velha; Estela Feitosa Siebra Santos, casada, residente em Crato; Gorete Siebra de Holanda, casada, residente em Fortaleza; Angélica Feitosa Siebra Calou, casada, residente em Crato; Adriana Feitosa Siebra, menor com 10 anos, fazendo o curso maternal, também fazendo parte do Coral “Pequeno Príncipe”.
            Como ex-seminarista e dono de sólida formação religiosa, prestigiou sempre as instituições da Diocese do Crato. Congregado mariano, prestou inúmeros serviços de reconhecido mérito. Recuperou e pôs em pleno funcionamento a Cooperativa Operária do Círculo Operário do Crato, isto sem auferir qualquer remuneração, e foi fundador, por incumbência do sr. Bispo D. Vicente, de Sindicatos rurais nas cidades de Juazeiro, Crato, Brejo Santo, Missão Velha, Barbalha, Várzea Alegre e outras.
            Homem de Letras, participou sempre de jornais e revistas, de que a Princesa do Cariri é tão pródiga, colaborando com poesias, contos e crônicas, cujo montante daria um bom livro se editado.
            Gostava de fazer discursos, não perdendo jamais as sessões dos grêmios literários e culturais, tão a gosto no Crato, nos anos 40 e 50.
            No Banco, sua carreira foi persistente e sem tropeços: funcionário contratado, seis meses depois, funcionário por concurso; é Comissário investigador de cadastro, ajudante chefe de serviço. Em Crato, foi sócio fundador da Cooperativa da AABB e dos Sindicatos Bancários e designado gerente instalador da agência de Brejo Santo, inaugurada a 13 de novembro de 1965.
            Fê-la apresentar lucro no balanço do primeiro exercício, quarenta e cinco dias depois de inaugurada.
            Em 8 de julho de 1968 assume a gerência de Juazeiro do Norte, cabendo-lhe pouco depois de aqui chegar, a honra de inaugurar este prédio com a presença do dr. Nestor Jost, então presidente do Banco do Brasil.
            Desnecessário frisar que a nossa agência sempre foi lucrativa.     






segunda-feira, 22 de junho de 2020

UMA PEDRA PARA O TEMPLO DA PAZ


UMA PEDRA PARA O TEMPLO DA PAZ



            O estridor que profuso sobre as nações se ouve não é mais do que a ressonância de cada coração desajustado.
            A agitação em que remoinham e são dilacerados os povos não é mais do que a explosão de cada indivíduo insatisfeito e angustiado que, como bólide, se deslocou do seu espaço de rotação e da sua linha de translação.
            As guerras e lutas de classes são, finalmente, a projeção, no tempo e no espaço, da incompreensão entre os homens e que estrondeia em cada lar, sacudindo os seus fundamentos e conturbando a sociedade.
            Desajustou-se a humanidade uma vez que, como em explosão atômica, desajustaram-se todos os indivíduos, que perderam a energia de gravitação e de equilíbrio, energia que é o amor real e desinteressado e que leva o homem ao heroísmo pelo bem estar do seu semelhante.
            A humanidade é o conjunto das nações que são, por sua vez, o prolongamento do lar na sociedade.
            Quando cada lar apaga a chama que ilumina e aquece, então o mundo se envolve em trevas.
            Só serão salvas as nações se salvarmos os lares, se salvarmos o indivíduo, matéria prima com que se edificam as nações.

            Meu Deus, em vós creio e espero, vos amo e adoro.
            Por amor de vós amo o meu próximo como a mim mesmo.

            Assimilasse cada homem a substância destas expressões, fazendo-as alma da própria alma, serenariam todas as tempestades do egoísmo, nivelar-se-iam as águas que, em turbilhões, sacodem e abalam a humanidade, ameaçando-a de estarrecedora destruição. Os mares agitados transformar-se-iam em lagos azuis e tranquilos onde os homens, brancos cisnes da paz, nadariam jubilosos, banhados pelas fulgurações do amor, vislumbrando, com fé e esperança, um futuro de perene felicidade.
            A persistência, durante séculos, da pequenina gota d’água, que desliza e cai, vence e destrói a resistência das estalactites das cavernas.
            O amor, firme e constante, dará a paz ao mundo.
            Não foi o gládio que abriu os calabouços e arrancou das galeras os hércules escravizados.
            Não foi a espada que destruiu o Império Romano.
            Foi a força de persuasão e difusiva do amor legado por Cristo que aniquilou o orgulho e a prepotência.
            Não será, igualmente, a energia atômica nem o metralhar dos bombardeiros a jato, nem a força dos militares que destruirão a opressão do capitalismo materialista ou do socialismo ateu.
            O amor unicamente, amor que é caridade, poderá extinguir a angústia dos povos.
            Que cada homem se sinta um filho de Deus nesta terra e ame o semelhante como a si próprio.
            Somente assim a terra se transformará em imensa catedral, coberta pela cúpula azul dos espaços, onde todos viverão por um, como um viverá por todos, unidos em Cristo.

Crato (CE), de outubro de 1964.
J. Siebra

quinta-feira, 18 de junho de 2020

Juventude!





JUVENTUDE!...

Sangue novo da Pátria em ebulição,
Sangue vivo, que és rubro, sangue ardente,
Sangue abundante, sangue sempre quente,
Sangue que é vida, seiva em profusão!

És energia, que, na evolução,
Vai conquistando a glória desta gente,
Calor a transformar-se em luz fulgente,
Iluminando toda esta nação.

És caudal, que leva de roldão,
Pela invencível força de tua ação,
O mal que se avoluma em nossa frente.

Juventude da Pátria, és o valente,
O garboso Brasil adolescente,
O Brasil do futuro, em formação!

J. Siebra