A HOMENAGEM
(Biografia de José Siebra
de Oliveira, publicada em jornal local por ocasião de sua aposentadoria do Banco
do Brasil, em novembro de 1977)
Nasceu no dia 09 de maio de 1916, em Crato, filho de
Celso Pedroso de Oliveira e Maria Siebra de Oliveira, recebendo seus primeiros
ensinamentos da professora, conhecida dos antigos, d. Vicência Garrido, no
tempo do BÊ A BÁ, cantando. Era o tempo, também, da palmatória.
Posteriormente, passou a estudar no “Colégio Santa Inez”,
da família Esmeraldo Cabral, no qual obteve o melhor resultado. Ingressou, em
1930, no Seminário São José, de Crato, seguindo para Fortaleza em 1934, onde
fez todo o curso de filosofia e mais seis meses de teologia, tendo estudado,
também, “grego e hebraico”, se bem que não com muita profundidade. Chegou a
fazer provas em latim, resolvendo, depois, deixar o Seminário, em 1936. Fundou
em Milagres – Ceará um colégio do qual era diretor e professor, onde passou
três anos. Por exigência das circunstâncias, transferiu-se para Crato, passando
a ser professor de todo o curso de matemática do Seminário São José e dos dois
primeiros anos do Colégio Diocesano. Fez o curso técnico na Escola Técnica de
Comércio e o curso científico no Colégio Diocesano. Foi professor também na
Escola Técnica. Escolhido como um dos melhores oradores do Crato, fato que
consta de um número da revista YTAITERA, chegou, também, a escrever muitos
contos e outros assuntos nos jornais da terra, “A Ação”, “Jornal da AABB”, O
Taguareça” etc., nos quais foram
publicadas várias poesias. Seus trabalhos dariam para um bom livro. Chegou a
apresentar, em palco de Crato, peças dramáticas de sua autoria. Foi escolhido
para o orador.
Ao terminar o Tiro de Guerra, em 1940, é escolhido orador
oficial da turma, deixando impressionado com o seu discurso o então Prefeito
Alexandre Arrais, que o convida para Secretário da Prefeitura.
O seu trabalho nessa época é bem intenso: antes do
expediente da Prefeitura tem que subir a íngreme ladeira do Seminário para dar
a primeira aula, a seguir vai para a Prefeitura, cuja secretaria lhe é
confiada, volta às onze horas ao Seminário, onde leciona de onze às doze, e
onde, também, almoça. Às treze horas assina novamente o ponto na Prefeitura e
às dezesseis está de volta ao Seminário para a última aula do dia.
Em 1942, três nesse labor intenso, é convidado pelo então
gerente do Banco do Brasil do Crato para assinar contrato de trabalho de um
ano, de vez que a agência estava muito desfalcada de pessoal.
Pouco depois, há concurso interno e é efetivado como escriturário.
Nessa época, aproveita as noites para fazer o curso técnico de contabilidade,
após o qual passou a ser professor da Escola Técnica de Comércio do Crato.
Em 1946, o seu casamento com D. Aliete Feitosa, de
tradicional família, com quem formou este milionário de filhos: Aderson Siebra,
cursando sociologia (Faculdade e funcionário da Ford); Eduardo Siebra, médico
em Recife; Francisco José Siebra, cursa Engenharia em Recife; Flávio Siebra, científico
em Fortaleza; Roberto Siebra, científico em Recife; Marcos Siebra, ginasial em
Crato. As mulheres, Silete Feitosa Siebra, funcionária do BEC em Missão Velha;
Estela Feitosa Siebra Santos, casada, residente em Crato; Gorete Siebra de
Holanda, casada, residente em Fortaleza; Angélica Feitosa Siebra Calou, casada,
residente em Crato; Adriana Feitosa Siebra, menor com 10 anos, fazendo o curso maternal,
também fazendo parte do Coral “Pequeno Príncipe”.
Como ex-seminarista e dono de sólida formação religiosa,
prestigiou sempre as instituições da Diocese do Crato. Congregado mariano,
prestou inúmeros serviços de reconhecido mérito. Recuperou e pôs em pleno
funcionamento a Cooperativa Operária do Círculo Operário do Crato, isto sem auferir
qualquer remuneração, e foi fundador, por incumbência do sr. Bispo D. Vicente,
de Sindicatos rurais nas cidades de Juazeiro, Crato, Brejo Santo, Missão Velha,
Barbalha, Várzea Alegre e outras.
Homem de Letras, participou sempre de jornais e revistas,
de que a Princesa do Cariri é tão pródiga, colaborando com poesias, contos e
crônicas, cujo montante daria um bom livro se editado.
Gostava de fazer discursos, não perdendo jamais as
sessões dos grêmios literários e culturais, tão a gosto no Crato, nos anos 40 e
50.
No Banco, sua carreira foi persistente e sem tropeços:
funcionário contratado, seis meses depois, funcionário por concurso; é
Comissário investigador de cadastro, ajudante chefe de serviço. Em Crato, foi
sócio fundador da Cooperativa da AABB e dos Sindicatos Bancários e designado
gerente instalador da agência de Brejo Santo, inaugurada a 13 de novembro de
1965.
Fê-la apresentar lucro no balanço do primeiro exercício,
quarenta e cinco dias depois de inaugurada.
Em 8 de julho de 1968 assume a gerência de Juazeiro do
Norte, cabendo-lhe pouco depois de aqui chegar, a honra de inaugurar este
prédio com a presença do dr. Nestor Jost, então presidente do Banco do Brasil.
Desnecessário frisar que a nossa agência sempre foi
lucrativa.
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