segunda-feira, 16 de março de 2020

SALVEMOS O BRASIL!




SALVEMOS O BRASIL!

República ou monarquia,
Ditadura militar,
Ou civil que fosse ela,
Chegaria a nos salvar
Se na sua direção
Houvesse bons brasileiros
E, todos maus estrangeiros,
Lá do NORTE ou do ORIENTE,
Expulsasse a nossa gente
E prendesse os desordeiros.

República ou monarquia,
Ditadura militar,
Ou civil que fosse ela,
Tudo finda a mau cheirar
Porque não vale um tostão
A política brasileira,
Das mais podres a primeira,
Desta tal plutocracia
Formada em diplomacia
De fugir da ratoeira.

São clássicos malabaristas
Em arte de tapear.
Nos bacanais da política
O povo vivem a explorar.
E a massa pobre e faminta,
Sob o tacão dos sadistas,
E os jovens idealistas
Se censuram levam peia,
Se gritam vão p’ra cadeia
Taxados de comunistas.

Um Brasil verde-amarelo
É o que devemos fazer,
Política é com P maiúsculo
Lutemos p’ra ela valer.
Só assim esse gigante
Erguer-se-á do seu leito.
Remendo não dará jeito,
Só toda a roupa mudando,
No fogo logo jogando
O pano velho desfeito.

Crato, 17.10.63

sexta-feira, 13 de março de 2020

De todo mundo, no mundo, A glória, um dia, desaba,




De todo mundo, no mundo,
A glória, um dia, desaba,
Fica podre, fica imundo
E o seu orgulho se acaba.

Não há dinheiro que possa
Sempre a vida conservar.
Não há força em nova-bossa,
Que o seu fim possa evitar.

Morre o pobre e morre o rico,
O rei, o bispo e o pé-duro,
Não há ninguém que sem fim
Tenha a linha do futuro.

Ele, você, também eu,
Morremos, um dia, nós.
O deles, delas e o teu
O fim tereis também vós.

Do homem é seu orgulho
Que gera o mal nesta terra.
Fere o próximo, faz barulho
E, entre as nações, causa guerra.

Se todo homem pensasse
Quanto esta vida é fugaz,
Talvez humilde ficasse
E, no mundo, houvesse paz.

Mas quem poderá limpar
O mundo de tanto entulho.
Mas quem poderá acabar,
Neste mundo, com o orgulho?

Ninguém poderá deter
O vagalhão desta enchente.
Não existe tal poder
Que conserte tanta gente.

Por isso vou me calar
E a todos pedir perdão,
Pois se disse alguma coisa
Foi só com boa intenção.

Todos os saldos, um dia,
Se extinguirão no Diário
E dos devedores então
Findar-se-á o Calvário.

É esta a minha esperança
Que levo com a minha sorte,
Lutar, lutar nesta vida
E descansar com a morte.

PS

Todo este mal é causado
Por erro de uma visão,
Olharmos por prisma errado,
Dominados por paixão.

Fitamos a superfície
Sem olharmos para o centro.
Que tanta fachada limpa
E tantas fezes por dentro...

quinta-feira, 5 de março de 2020

Homens da Carne




Homens da Carne

São pobres imbecis passando pela vida
Quais restos de molambo fétido do mal,
Rolando ao turbilhão, à força da caudal
Que os séculos vêm banhando de água apodrecida.

De vício pela lama de alma enegrecida,
Desprezam o sublime pelo que é banal
E quando a morte, um dia, tragá-los fatal,
Verão ter a existência em vão sido vivida.

Qual a planta que nasce em pedra e vê tolhida
A sua ascensão no mundo como vegetal,
Do sol pelo calor bem cedo ressequida,

Assim estultos são os que, no lamaçal,
Tão simplesmente vivem a vida sexual
Com a inteligência em trevas, pobre, embrutecida.

J. Siebra