De todo mundo, no mundo,
A glória, um dia, desaba,
Fica podre, fica imundo
E o seu orgulho se acaba.
Não há dinheiro que possa
Sempre a vida conservar.
Não há força em
nova-bossa,
Que o seu fim possa
evitar.
Morre o pobre e morre o
rico,
O rei, o bispo e o
pé-duro,
Não há ninguém que sem fim
Tenha a linha do futuro.
Ele, você, também eu,
Morremos, um dia, nós.
O deles, delas e o teu
O fim tereis também vós.
Do homem é seu orgulho
Que gera o mal nesta
terra.
Fere o próximo, faz barulho
E, entre as nações, causa
guerra.
Se todo homem pensasse
Quanto esta vida é fugaz,
Talvez humilde ficasse
E, no mundo, houvesse paz.
Mas quem poderá limpar
O mundo de tanto entulho.
Mas quem poderá acabar,
Neste mundo, com o
orgulho?
Ninguém poderá deter
O vagalhão desta enchente.
Não existe tal poder
Que conserte tanta gente.
Por isso vou me calar
E a todos pedir perdão,
Pois se disse alguma coisa
Foi só com boa intenção.
Todos os saldos, um dia,
Se extinguirão no Diário
E dos devedores então
Findar-se-á o Calvário.
É esta a minha esperança
Que levo com a minha
sorte,
Lutar, lutar nesta vida
E descansar com a morte.
PS
Todo este mal é causado
Por erro de uma visão,
Olharmos por prisma
errado,
Dominados por paixão.
Fitamos a superfície
Sem olharmos para o
centro.
Que tanta fachada limpa
E tantas fezes por dentro...
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