quarta-feira, 26 de agosto de 2020

Estátua da Dor

 


Estátua da Dor

 

Aderson Siebra de Oliveira (poeta caririense, irmão de José Siebra de Oliveira)

 

Vê-se da serra ao cimo desfraldado

De Deus eterno pela mão, sem custo,

Verde o visgueiro, bem frondoso e augusto,

Cantando fatos tristes do passado.

 

Em busca de outras terras, desolado,

Desamparado por governo injusto,

O chapadão galgando em tempo adusto,

Morre, à sua sombra amiga, o flagelado.

 

O frondoso visgueiro hoje falando

Do flagelado que morreu lutando,

Morreu lutando, grande herói sem nome,

 

Ao povo que os seus feitos cante,

Condene tal governo e se alevante

Um monumento a quem morreu de fome.

 

Crato-CE, 14-3-1944

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