Estátua da Dor
Aderson Siebra de Oliveira (poeta caririense, irmão de José Siebra de Oliveira)
Vê-se da serra ao cimo desfraldado
De Deus eterno pela mão, sem custo,
Verde o visgueiro, bem frondoso e augusto,
Cantando fatos tristes do passado.
Em busca de outras terras, desolado,
Desamparado por governo injusto,
O chapadão galgando em tempo adusto,
Morre, à sua sombra amiga, o flagelado.
O frondoso visgueiro hoje falando
Do flagelado que morreu lutando,
Morreu lutando, grande herói sem nome,
Ao povo que os seus feitos cante,
Condene tal governo e se alevante
Um monumento a quem morreu de fome.
Crato-CE, 14-3-1944
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