quarta-feira, 19 de agosto de 2020

Morte de um Tio

 

Morte de um Tio

 

Aderson Siebra de Oliveira

 

Tombava o sol, a serra azul beijando,

No mato a juriti triste gemia,

Anunciava também o fim do dia

A estrela vésper lá do céu brilhando.

 

Morria a tarde tristemente quando

Um tio amado ao seu irmão dizia

Que já de morte a grande dor sentia

E foi o derradeiro adeus lhe dando.

 

De lágrimas banhado o irmão aflito,

Volvendo seu olhar ao infinito,

Murmuraram seus lábios uma prece,

 

Ouvindo a voz d’um filho que ao seu lado,

Chorava o mesmo transe amargurado

Que bem dentro do peito a morte tece.

 

Crato-CE, 3-6-1943

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