Morte de um Tio
Aderson Siebra de Oliveira
Tombava o sol, a serra azul beijando,
No mato a juriti triste gemia,
Anunciava também o fim do dia
A estrela vésper lá do céu brilhando.
Morria a tarde tristemente quando
Um tio amado ao seu irmão dizia
Que já de morte a grande dor sentia
E foi o derradeiro adeus lhe dando.
De lágrimas banhado o irmão aflito,
Volvendo seu olhar ao infinito,
Murmuraram seus lábios uma prece,
Ouvindo a voz d’um filho que ao seu lado,
Chorava o mesmo transe amargurado
Que bem dentro do peito a morte tece.
Crato-CE, 3-6-1943
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