quinta-feira, 20 de agosto de 2020

Manhã Brasileira

 

Manhã Brasileira

 

Aderson Siebra de Oliveira

 

Sob o pálio de nuvem purpurina,

Surgindo vai o sol lá no levante,

Do caudaloso rio murmurante

Beijando a grácil face cristalina.

 

O tapete dos campos verdejante

Vai eriçando a brisa campesina

Que assobia na crista da colina,

Erguendo aos céus um brado de gigante.

 

Desperta o homem para a grande luta

E ruge a fera, bem longe, na gruta

Estremecendo o coração da serra.

 

Fica o poeta então a meditar

Vendo a neve aos céus branca se evolar

Do verde incensário desta terra.

 

Crato-CE, 17.12.1943

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