Queixas
A meu irmão Mundinho
Aderson Siebra de Oliveira
Bem sei que tu és um pobre caminheiro
Como também o sou aqui distante,
Se buscas o teu pão a todo instante,
Buscando eu vivo o meu dia inteiro.
Deixaste o nosso lar, bom companheiro.
Partiste para as lutas, és gigante.
Bem sei fiquei, mas, em caminho errante,
Não deixarei de ser, sou caminheiro.
Fiquei, mas a lutar vivo também,
Como lutando estás valentemente,
Noutras plagas formosas, mais além.
Se dos teus, irmão meu, estás ausente,
Ausente também vivo realmente,
Presente não sou tido por ninguém.
Crato-CE, 21-5-1944
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