terça-feira, 1 de setembro de 2020

Queixas

 

 


Queixas

A meu irmão Mundinho

 

Aderson Siebra de Oliveira

 

Bem sei que tu és um pobre caminheiro

Como também o sou aqui distante,

Se buscas o teu pão a todo instante,

Buscando eu vivo o meu dia inteiro.

 

Deixaste o nosso lar, bom companheiro.

Partiste para as lutas, és gigante.

Bem sei fiquei, mas, em caminho errante,

Não deixarei de ser, sou caminheiro.

 

Fiquei, mas a lutar vivo também,

Como lutando estás valentemente,

Noutras plagas formosas, mais além.

 

Se dos teus, irmão meu, estás ausente,

Ausente também vivo realmente,

Presente não sou tido por ninguém.

 

Crato-CE, 21-5-1944

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